A sapata é um elemento de fundação superficial, feita de concreto armado e dimensionada de forma que as cargas dos pilares sejam transferidas ao terreno por meio da distribuições das suas bases.
Como ela é a base de qualquer construção (e fica abaixo da superfície) é extremamente importante conhecer os principais tipos de sapata e, assim, conseguir definir a ideal para a sua obra.
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O que é a sapata e qual sua importância?
Antes de explicarmos o que são e quais os tipos de sapata, precisamos falar um pouco sobre fundação. Essa é uma etapa essencial de qualquer obra e garante que a construção permanecerá no lugar sem sofrer instabilidades e rupturas.
A fundação, ou alicerce, é, portanto, a estrutura que suportará todas as tensões e garantirá a segurança dos usuários ou moradores do imóvel. Existem vários tipos de fundações – e a sapata é uma delas.
Podemos definir a sapata como uma fundação rasa com capacidade de carga baixa a média. A fundação rasa ou superficial é aquela com profundidade de escavação inferior a 3 metros. Nesses casos, a carga é transmitida ao solo pelas pressões distribuídas sob a base da fundação.
Esse tipo de fundação é utilizada para cargas mais leves, como residências ou quando o terreno é mais firme.
Embora existam vários tipos de sapatas, todas elas são indicadas para áreas de solo estável e de alta resistência nas camadas superficiais. Além disso, as sapatas são executadas com concreto armado.
Ou seja, um concreto que recebe, no seu interior, barras de aço ou armaduras capazes de resistirem aos esforços de tração, flexão e torção. A armadura, e não o concreto, é a responsável por absorver e transmitir as tensões para o terreno.
As sapatas, se bem projetadas, conseguem suportar cargas mais elevadas que outros tipos de fundação como vigas, blocos e radiers.
Além disso, elas apresentam baixo custo de produção, facilidade na execução (pois não necessitam de peças e equipamentos especiais de escavação) e ampla versatilidade – já que podem ter uma base em planta retangular, quadrada ou trapezoidal (facilitando o apoio de pilares com formatos não convencionais).
Uma sapata bem feita, portanto, é extremamente importante para qualquer obra, já que ela é a fundação do imóvel e garantirá que ele permanecerá seguro por muitos anos para os moradores e demais usuários do espaço.
Quais os principais tipos de sapata e suas indicações?
Existem vários tipos de sapatas, mas todas devem seguir a NBR 6122/2010, que dispõe sobre projetos e execuções de fundações, explica os tipos de fundações e indica as cargas e o dimensionamento estrutural que deve ser feito.
Outra norma importante é a NBR 6118/2014 que aborda sobre procedimentos de projetos de estruturas de concreto.
A norma estipula os cálculos para o dimensionamento das sapatas, as formas de escolher entre os diferentes tipos de sapatas e dá outras orientações essenciais para o ramo da construção civil.
Vamos ver em detalhes os principais tipos de sapatas e suas indicações.
Sapata isolada
É um dos tipos de sapata mais simples e mais usados na construção. Essa sapata é dimensionada para suportar a carga de apenas um pilar ou coluna e pode ser de formato retangular, quadrado, circular etc. A forma mais comum, contudo, é a retangular.
Como ficam isoladas, essas sapatas são interligadas pelo baldrame. Assim, cada sapata é dimensionada para suportar a carga de uma coluna ou pilar.
Dessa forma, o peso da edificação (laje, telhado, caixa d’água, vigas etc.) é transmitido para as colunas que, por sua vez, transferem o peso para as sapatas que o distribui para o solo.
Os tipos mais comuns de armações de aço para as sapatas isoladas são o radier e o gaiola. O radier é mais simples e, geralmente, usado em casas, e o gaiola é usado quando o cálculo é efetuado pelo método flexível de sapatas.
Sapata corrida
Dentre os tipos de sapata, esta é usada para suportar cargas de elementos contínuos que possuem cargas distribuídas de forma linear.
Por exemplo: muros, paredes e outros com efeito alongado. Como esta é uma fundação rasa, sua escavação é, normalmente, feita à mão, sem o uso de máquinas ou equipamentos especiais.
Em geral, a sapata corrida é feita com concreto ciclópico (concreto e pedras de mão). Como as cargas são lineares, esta sapata é fina em relação ao seu comprimento e, por isso, pouco rígida.
Essa característica faz com que possam surgir deformações ao longo de sua extensão, o que pode gerar fissuras ou trincas em paredes comportadas.
Assim, considere aumentar a rigidez da sapata corrida para evitar complicações pós-obra.
Esse tipo de sapata é mais usado em construções de pequeno porte, como casas e edificações de baixa altura, galpões, muros de divisa e de arrimo, paredes de reservatórios e piscinas etc.
Sapata associada
Este tipo de sapata pode ser conhecido como sapata combinada ou radier parcial. É a mais usada quando se deseja transmitir as ações de dois ou mais pilares. Também é empregada como alternativa quando a distância entre duas ou mais sapatas isoladas é pequena.
Neste caso, as bases das sapatas poderiam ficar sobrepostas ou influenciar na outra estruturalmente. Assim, o uso de uma única sapata associada é mais indicado, porque ela consegue receber a carga de dois ou mais pilares próximos.
Para se obter o equilíbrio entre as medidas da viga de rigidez e os balanços da laje, a sapata deverá ser centrada no centro de gravidade dos pilares.
Sapata de divisa ou Sapata Alavancada
Essa sapata é dimensionada com uma viga de equilíbrio, pois a base da sapata não coincide com o centro de gravidade do pilar. A distância gera um momento fletor, que precisa ser combatido.
Assim, a sapata de divisa é mais usada em divisas de terrenos ou em estruturas próximas a algum obstáculo. A viga de equilíbrio permite transmitir os esforços resultantes entre o pilar e a sapata para o restante da estrutura.
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